quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ostra Feliz não faz Peróla

Rubem Alves é um escritor brasileiro que em seu livro “Ostra Feliz não Faz Pérola” diz que só conseguimos produzir quando temos alguma coisa nos incomodando, como a pérola, que é uma defesa da ostra.





Se fizermos uma comparação com nossa vida, podemos utilizar essa analogia para comparar os atos que fazem grande diferença, da inércia profissional, e zona de conforto. Os grandes poetas antigos, afirmavam que, só era possível compor letras, poesias e músicas extraordinárias depois de uma desilusão, uma tristeza e algum sofrimento.
Caso contrário, o trabalho ficava sem algo a mais, sem nenhum apelo, e acabava não fazendo sucesso. Até hoje é essa tradição ou boato tem espaço na mídia e, muitos artistas continuam concordando com essa vertente.

Por outro lado, empresas que estavam mergulhadas na crise, com grande risco de demissão em massa, no final de 2008, conseguiram cruzar a linha do segundo semestre de 2009 com um pequeno crescimento. Isso acontece, porque, devido à crise, os esforços dos funcionários tiveram que aumentar, para que a empresa não sofresse tanto com a recessão e seus empregos fossem assegurados.
Com isso, eles tiveram que fazer mais do que antes, para entregar o mesmo resultado. Com a promessa do fim da crise e o re-estabelecimento de algumas empresas, foi possível, além da recuperação um pequeno índice de crescimento, como demonstram as bolsas e os indicadores econômicos do país.

O que isso tudo quer dizer?

Quer dizer que quando somos exigidos, ou exigimos mais de nós mesmos, somos obrigados a entregar MAIS. Por isso, a única alternativa é sermos indivíduos incomodados, cobrando sempre mais de nós mesmos. Não é preciso apenas cobrar mais.
No final do dia, temos que estar melhores do que o dia anterior e, ainda por cima temos que ter tirado uma lição. Temos que aprender algo novo diariamente e se, no final do dia, ao fazermos a nossa reflexão diária sobre o que aprendemos e sobre o que fizemos a mais do que o dia anterior, a nossa resposta tem que ser positiva. Ou seja, temos que ter, todo o dia aprendido alguma coisa nova, conversado com pessoas novas, lido coisas novas, feito coisas que não gostamos para que, no final do dia, tenhamos terminado melhor do que iniciamos.

Assim, se você não gosta de ler, obrigue-se a estudar pelo menos uma hora por dia. Se não gosta de escrever, force-se a escrever vinte minutos por dia. Se não gosta de participar de reuniões, comece participando das reuniões de dentro de sua empresa. Assim, quando começamos a dar mais do que estávamos acostumados a dar, conseguimos também, fazermos mais do que estávamos acostumados a fazer.
Se todo o dia for igual ao outro, no final do mês, do semestre, do ano, da vida, não teremos feito nada de extraordinário, não teremos feito nada além do que aquela conduta mediana e nada além da nossa obrigação. Ficar na média, fazer apenas nossa obrigação, sem esforço, nem nenhuma cobrança (interna ou externa), não nos vai permitir produzir nenhuma pérola.

Portanto, o segredo é NUNCA se contentar com o resultado mediano. Não há segredo, não há macetes nem atalhos. O resultado só é obtido com trabalho duro, estudo, e sempre nos doarmos um pouco a mais. Eu gosto muito de brincar com o fato de que todas as pessoas pensam em progredir no futuro, mas pouquíssimas pessoas realmente estão fazendo algo pelo futuro.
Se você está esperando aquela promoção e não consegue, deve ser porque não está fazendo nada extra. Se você quer um plus, precisa dar algum extra em troca. Se a promoção saiu para outra pessoa, deve ser porque os esforços dela, em algum sentido, em algum ponto, foram maiores do que os seus.

Ok, ok. Eu estou falando aqui de funcionários e empresas profissionais. Obviamente que por aí existem inúmeras empresas onde, quem cresce é quem faz mais o joguinho da política e da demagogia, portanto descarte, porque será impossível crescer.
Neste caso, o único remédio é partir para outra oportunidade, e continuar sempre entregando mais do que é pedido.

Sirva de exemplo para você mesmo, para a sua família e para todos os que trabalham ao seu redor. Estar incomodado é querer que cada dia vivido signifique uma evolução no final.
Assim, cada dia serve de aprendizado, estímulo e força para dar o próximo passo. Esteja incomodado. Não aceite condutas medianas, resultados medianos, idéias medianas, respostas medianas, pessoas medianas, nem rotinas medianas.
Pense sempre um pouco mais, pergunte um pouco mais, trabalhe, leia, estude, viva, esforce-se sempre um pouco mais.

Dizem os estudiosos que, uma conduta demora, aproximadamente, 21dias para se transformar em um hábito. Daí, quando você se acostuma, quando as coisas começam a virar rotina e a cultura do incomodismo estiver impregnada em você, será muito mais fácil produzir pérolas sem precisar se machucar, sem precisar de pressão, sem precisar sofrer.
Por que é disso que as empresas precisam: de funcionários incomodados, de pessoas comprometidas, com sentido de urgência e sem tempo a perder. É de empreendedores assim que a sociedade e que as empresas precisam.
Seja dentro ou fora das empresas, seja empreendedor, seja a diferença, seja o exemplo e faça aquilo que precisa ser feito, sempre um pouco mais, por você, pelos outros e pelo seu presente.

Caso contrário, não venha depois me perguntar o que estava errado, ok?

Acorda!! Tá na hora de mudar o mundo!
Fonte: Ostra feliz não faz peróla – Rubens Alves
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