segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Quem mexeu no meu queijo?

A parábola

Na parábola proposta pela obra, os quatro personagens estão em busca de um mesmo objetivo: um posto repleto de queijo. Ao encontrá-lo, todos ficam felizes e imaginam o que farão com tanto queijo.
No entanto, os personagens esquecem de que, à medida em que fazem uso do queijo, este vai acabando. Ao perceberem que o queijo terminou, cada um toma uma atitude diferente - da mesma maneira que cada um de nós, que também assumimos posturas diferentes diante de uma dificuldade.
O livro passa, então,a mostrar o que cada personagem está disposto a fazer (ou a não fazer!) para obter mais queijo.

O significado do livro

O queijo simboliza, na verdade, aquilo que cada um de nós almeja possuir, seja na vida pessoal ou no trabalho: saúde, prosperidade, conforto, etc. No entanto, a busca pelo que se quer nem sempre é fácil. Às vezes, nos deparamos com situações ótimas, que nos proporcionam alegria e satisfação pessoal; em outras, nos vemos em "becos sem saída".
A parábola mostra, então, que a vida não é necessariamente um caminho livre de empecilhos mas, sim, uma caminho repleto de sobressaltos e adversidades. A diferença é a maneira com que cada ser humano lida com tais adversidades.

Quem Mexeu no Meu Queijo para Crianças

O Dr. Spencer Johnson, juntamente com seu filho, Christian Johnson, também escreveu uma versão especial de seu célebre livro destinado ao público infantil. Enquanto a edição pioneira conta com 96 páginas, a edição para crianças traz aproximadamente 60 páginas, tratando o mesmo tema de uma maneira resumida e usando uma linguagem mais apropriada ao novo público alvo. Além disso, o livro é repleto de figuras dos personagens.
RESUMO
Todos os dias, ratos e duendes saiam pelo labirinto em busca de queijo. Os ratos, Sniff e Scurry, saiam procurando de um corredor para outro. Se não encontravam num, logo iam para outro. Lembravam dos locais que já haviam passado e que não tinham conseguido nenhum queijo e logo iam para outro lugar. Sniff, usando seu faro aguçado, farejava a direção, Scurry por sua vez, saía na frente. Apesar de se perderem e até acabarem batendo nas paredes, logo achavam o caminho.

Após algumas buscas, finalmente todos eles encontram, em um local dos corredores do labirinto, denominado de “Posto C”, o queijo que cada um procurava. Ambos já não se preocupavam mais, já tinham o que buscavam. Todos os dias eles acordavam e se dirigiam para o Posto C para se alimentarem.

Sniff e Scurry mantinham a mesma rotina, acordavam cedo todos os dias e seguiam o mesmo caminho do labirinto. Porém Hem e Haw passaram a estabelecer outra rotina. Como já sabiam onde estava o queijo e qual seria o caminho que deveriam seguir, passaram há acordar um pouco mais tarde. Arrumavam-se sem muita pressa e seguiam para o Posto C.

Hem e Haw sentiam-se felizes com a nova situação. Achavam-se os donos do queijo, embora nem soubessem quem o havia colocado ali. Como havia muito queijo, chegaram inclusive a mudar-se para próximo do Posto C.

Sniff e Scurry seguiam em suas rotinas normalmente, acordando cedo todos os dias. Chegavam ao Posto C, e antes de se alimentarem, cheiravam o queijo e faziam uma vistoria no posto para ver se havia ocorrido alguma mudança em relação ao dia anterior.

Um belo dia, ao chegarem no Posto C, Sniff e Scurry descobrem que o queijo havia sumido. Eles não se surpreendem, pois já algum tempo percebiam que o estoque de queijo estava acabando e já estavam preparados para o que pudesse vir a acontecer. Por instinto e sem complicar muito, eles percebem que a situação no Posto C havia mudado, logo eles também teriam que mudar. Sniff fareja para outras direções do labirinto e sinaliza para Scurry que logo em seguida sai correndo pelo labirinto. Sniff o segue e ambos partem em busca de um novo queijo.

Hem e Haw, que geralmente chegavam mais tarde no Posto, levam um susto ao perceberem que o queijo que os alimentava todos os dias não estava mais no lugar onde durante um bom tempo tinha estado. Ao contrário de Sniff e Scurry, Hem e Haw não tinham percebido as pequenas mudanças que estavam ocorrendo no dia-a-dia. Eles acreditavam que ao chegarem no Posto C o queijo estaria esperando por eles. Inconformado, Hem passa a gritar: Não há queijo? QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO?

Haw também não estava preparado para o que estava acontecendo. Ele também achava que o queijo estaria no Posto C. Para ambos, o queijo era muito importante. Eles ficaram durante um bom tempo, pensando no queijo que havia sumido, esperando que alguém o colocasse de volta no mesmo lugar. Enquanto Hem e Haw ficavam indecisos, esperando para decidir o que fazer, já que suas realidades tinham mudado, Sniff e Scurry seguiam rapidamente adiante em busca de um novo queijo.

E lá ficaram os duendes, pensativos e sofrendo com a perda do queijo. Haw, inclusive havia feito planos para o futuro, confiando no queijo do Posto C. Cansados e com fome, voltam para casa.

No dia seguinte voltam ao Posto com esperança de encontrarem o queijo, como que de repente alguém o tivesse colocado de volta. Mas nada havia mudado, o queijo realmente havia desaparecido. Haw cai em si e questiona a falta de Sniff e Scurry: Onde eles poderiam estar? O que poderiam eles, dois ratos, saberem o que dois duendes não o poderiam? E ficaram, discutindo e comparando suas capacidades em relação às capacidades de Sniff e Scurry. Estes, que já estavam longe a procura de outro queijo.

Durante algum tempo Sniff e Scurry procuraram em vários corredores, inclusive em lugares onde nunca haviam entrado antes. De repente, chegam ao Posto N de Queijo e se deparam com o maior estoque de queijo que já haviam encontrado.

Enquanto isso, no Posto C, Hem e Haw ainda não haviam se decidido. Haw ficava imaginando seus amigos Sniff e Scurry saboreando um novo queijo que haviam encontrado. E ele também se imaginando, saindo pelo labirinto em busca de um novo queijo.

Este sentimento desperta em Haw uma vontade de sair pelo labirinto, porém Hem, demonstra-se desanimado, acomodado e com medo do que poderia encontrar lá fora. Então Haw, pensando que, se seus amigos ratos podem, ele também pode. Em seguida ele parte sozinho pelo labirinto em busca de um novo queijo. Ele começou a se desprender de seus medos e a acreditar mais.

Finalmente Haw encontra o que tanto procurava, porém se surpreende ao encontrar seus amigos ratos que lá também estavam. Já haviam encontrado o queijo algum tempo. E Haw fica a
pensar em seu amigo Hem: Será que ele havia mudado de idéia e entrado no labirinto?

FONTE:
Quem Mexeu no Meu Queijo? (Who Moved My Cheese?, no original em inglês) é um livro motivacional escrito pelo Dr. Spencer Johnson.

INTELIGENCIA DE DESENHOS DE NEGOCIOS

A administração eficaz se faz com inteligência voltada para resolução dos principais pontos da organização. Atualmente o conhecimento é a base para organizações eficazes, estamos neste momento ultrapassando uma fina barreira entre o era do conhecimento e a era do design.

Não basta para as organizações apenas ter o conhecimento de seus processos, mas também, saber usá-lo em prol dos objetivos desta.

A era do design organizacional vem propor o desenho do negocio, fundamentamentado nos alicerces de seu conhecimento, quer seja em processo produtivo, bem como como em relacionamentos inter e extra empresariais.

Deixo um artigo, que busca orientar as diretrizes deste novo conceito organizacional.

Business Design Intelligence (Inteligência de Desenho de Negócios)

No mundo dos profissionais das Tecnologias de Informação a mera menção do termo BI (Business Intelligence em inglês, ou Inteligência de Negócios em português), remete-nos a um universo amplo e sofisticado de processos de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.

Segundo o Wikipedia, a Inteligência Empresarial, ou Business Intelligence, é um termo da multinacional Gartner Group. O conceito surgiu na década de 80 e descreve as habilidades das corporações para acessar dados e explorar as informações (normalmente contidas em um Data Warehouse/Data Mart), analisando-as e desenvolvendo percepções e entendimentos a seu respeito, o que as permite incrementar e tornar mais pautada em informações a tomada de decisão.

Este universo de BI é intensamente povoado por várias corporações de TI multinacionais (como Microsoft, IBM, Oracle, SAP, dentre tantas) que vivem desenvolvendo e vendendo ferramentas e soluções de TI para as empresas das mais variadas finalidades.

Mas o que queremos discutir neste espaço, não é o ambiente de BI, mas sim um outro conceito, que é o de Business Design Intelligence-BDI, ou Inteligência de Desenho (ou Projeto) de Negócios. Eu já estava trabalhando este conceito (que trata, grosso modo, da formatação de negócios e suas inter-relações), quando recebi uma indicação de um amigo sobre um artigo exatamente sobre este assunto.

O artigo indicado se intitula “The Design of Business” (O Desenho de Negócios), e foi escrito em 2004 pelo Prof. Roger Martin, Reitor da Rotman School of Management, da Universidade de Toronto, Canadá. O Prof. Martin observa que nós estamos vivendo em tempos turbulentos para os negócios, à medida que as empresas lutam para se ajustar à globalização dos mercados e à competição, à expansão da economia baseada em serviços, ao impacto da desregulamentação e privatização, e à explosão da revolução do conhecimento. Todas estas forças estão impulsionando as empresas a repensarem seus modelos de negócios e a transformarem radicalmente suas capacidades. Mas uma igualmente importante (apesar de menos óbvia) transformação de negócios está tomando lugar, e diz respeito ao design (projeto).

Segundo o Prof. Martin, à medida que nós deixamos para trás uma economia e entramos em outra, muitas de nossas hipóteses filosóficas sobre o que constitui o sucesso competitivo, cresceram num mundo diferente. A criação de valor no século XX foi largamente definida pela conversão de heurística em algoritimo. Nós buscávamos um entendimento fundamental de um mistério – uma heurística – e reduzia-o a uma fórmula, um algorítimo – de modo que ele pudesse ser levado a uma larga escala e escopo.

Como resultado, muitas organizações do século XX tiveram sucesso ao institucionalizar melhorias lineares, tais como re-engenharia, gerência da cadeia de suprimentos, melhorias no relacionamento com consumidores, e controle de custos. Essas idéias eram consistentes com a visão Taylorista tradicional da empresa como uma entidade centralmente dirigida que cria riqueza e fica melhor, e melhor, fazendo o mesmo.

A competição, porém, não é mais em indústrias intensivas em escala global; mais que isso, ela se dá em indústrias não-tradicionais e intensivas em imaginação. Os negócios hoje estão percebendo uma crescente demanda por velocidade no desenvolvimento de produtos, ciclos de design (projeto), ciclos de estoques, e resposta competitiva, e há grandes implicações disto para os indivíduos no seio destas organizações. O Prof. Martin argumenta que no século XXI a criação de valor será definida mais pela conversão de mistérios em heurísticas – e que, como resultado nós estamos no amanhecer de uma revolução em design (projeto).

Para o Prof. Martin há três implicações destas mudanças para as pessoas de negócios nos dias atuais. A primeira é que habilidades de design e habilidades de negócios estão convergindo. A segunda implicação é que nós precisamos de uma nova categoria de empresa de negócios. E a terceira implicação é que nós precisamos mudar o foco de nosso pensamento sobre design e negócios. Precisamos fugir do foco do “negócio de design”, ou seja, de como os designers trabalham. Ao contrário, o foco deve ser colocado no desenho de negócios. Nós precisamos pensar muito mais sobre como desenhar (projetar) nossos negócios para oferecermos produtos e serviços mais elegantes, de maneira gratificante possível.

Eis o novo desafio que a Business Design Intelligence-BDI, que mencionei no início do texto, deve atacar!
FONTE: José Carlos Cavalcanti é Professor de Economia da UFPE, ex-secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior de Pernambuco (http://jccavalcanti.wordpress.com)