Aula - Globalização 13/08/07 - Video
Com toda a certeza, Edison não inventou a lâmpada estudando como funcionava a vela, e nem o carro foi criado a partir do funcionamento da carroça. Enfim, as coisas novas não são feitas tendo por base as coisas velhas. E, em matéria de empresa, se você quiser ver alguma coisa nova, não vá a empresas velhas, pois museus não têm novidades para os visitantes.
A idéia aqui é que você terá de fechar, na sua cabeça, a empresa que você conhece e começar tudo de novo, pois “a empresa tem de ser transformada em uma casa de negócios”. E não será com base na empresa velha que seremos capazes de fazer algo totalmente novo.
O que é uma casa de negócios? “É um grupo de pessoas que vivem do mesmo negócio” e, por isso se unem todos os dias para realizar negócios. Dito de maneira diferente: “Uma casa de negócios não é um agrupamento de pessoas que se reúne todos os dias em um mesmo local para cumprir obrigações funcionais”, porque isto é empresa e não uma casa de negócios.
Por que as empresas, tal qual conhecemos, não são casas de negócio?
Porque, com o tempo, elas foram desviadas do seu objetivo maior que é fazer negócios e sendo tratadas como entidades existentes para a realização de outros interesses. Isto é, na medida em que foram se complexando e se tornando mais fortes como entidades, foram também voltando para si mesma e se tornando um fim em si mesma. Isto é totalmente errado, pois elas não existem para si mesma, ou para realizar algo para si mesma. Elas existem para o mercado, para os clientes e para realizar algo de útil para eles.
Na empresa, tal qual conhecemos, as pessoas trabalham NA. Pergunte a qualquer pessoa: “Onde você trabalha?" E ela responderá: “Eu trabalho NA empresa tal”. Ninguém lhe responderá: “Eu trabalho PARA a empresa tal”. Na cabeça das pessoas, a empresa é do dono, do chefe, do diretor etc, não é delas. Por que isto é assim? Porque perdemos “o foco”. Ninguém (ou quase ninguém) tem a consciência clara de que vive dos negócios que se realizam e não da empresa em si.
Quem sustenta a todos? A empresa? Ou os negócios? Portanto, o importante não é a empresa, mas, sim, os negócios. A empresa nada mais é do que um meio, uma forma encontrada para a realização desses negócios.
Outra pergunta básica e importantíssima para fazer a grande transformação: “Qual é o seu negócio?” Qual é a sua empresa você sabe, mas você seria capaz, neste momento, de definirem 10 palavras apenas qual é o seu negócio?
A partir do momento em que houver a consciência em todos de que todos dependem da mesma “coisa” (negócios), e não da empresa, todos terão (serão obrigados) de se voltar para fora da empresa e ver no cliente a razão de tudo o que é feito. Mais do que isso, todos terão consciência de que tudo o que se faz é para o cliente e não para a empresa, e muito menos para si mesmos.
Você quer definir qual é o seu negócio? Então procure responder em até 10 palavras a seguinte pergunta: “Qual é a expectativa maior dos seus clientes?” Se você for capaz de fazer isto, todas as pessoas que vivem dos mesmos negócios terão que se unir em torno dessa verdade, como também todas as ações que passarem a ser praticadas terão de ser coerentes com ela. Ela terá que ser a grande verdade de todos e de tudo.
Não será apenas com treinamentos que faremos surgir esta nova entidade chamada “casa de negócios”. O que precisa ser mudado totalmente é a cultura e a visão de todos para esta nova realidade.
Outra questão básica: “Qual é o endereço da sua empresa?” Tenho absoluta certeza de que você sabe. Então me diga: “Qual é o endereço do seu negócio?” Você, talvez, ache que é o mesmo, e é aí que está outro grande equívoco. O endereço da sua empresa é “A cabeça dos seus clientes”. É na cabeça deles que você tem de “abrir as suas filiais”. Não é na sua empresa que você ganha dinheiro; não é na sua empresa que você realiza lucros, mas, sim, na cabeça de quem usa os seus produtos e/ ou serviços.
E aí, vêm por consequência, outras importantes questões: “quanto você já gastou para ter a sua empresa?”, “Quanto você investe para realizar mais e melhores negócios?”, “De que adianta todos os desgastes vividos no dia - a - dia, se eles não nos levarem à melhoria da nossa capacidade de aumentar os nossos negócios?”. Temos de continuar praticando e respeitando aquele célebre raciocínio: “Custos/ benefício”. Só que, para passar a ter uma casa de negócios, você terá de fazer também o inverso, ou seja, terá de passar a praticar e respeitar o oposto, ou seja: “Benefícios/custo”. Caso contrário, você continuará tendo e administrando apenas uma empresa e não terá nunca a visão voltada para fora.